Vocabulário de Automóveis Históricos

É minha convicção de que existem por vezes numerosas confusões acerca da maneira de caracterizar os veículos históricos. Por isso gostaria de proporcionar uma pequena contribuição, a fim de ajudar a desfazer alguns equívocos e eventualmente, a poderem estabelecer-se alguns conceitos. Julgo por exemplo, que carece de exactidão, descrever uma plataforma de Citroen 2 CV que carrega uma carroceria aberta de 2 lugares em forma de charuto azul, como “Réplica de Bugatti”. O mundo perdeu um 2 CV autêntico e ganhou algo que corresponde a coisa nenhuma.

É provavelmente injusto ver um chassi VW que, em lugar de se comportar como um honesto buggy, transporta uma carroçaria em plástico reproduzindo, aliás quase sempre muitíssimo bem, um Porsche 358A Speedster. Perdeu-se para sempre um VW autêntico, sem se chegar a ganhar um Porsche. Nenhum Speedster veio sequer originalmente para Portugal, porém estes veículos são ocasionalmente referidos como “Réplica de Porsche”. É certo que a validade não tem limites, contudo é necessário que não se percam as perspectivas e não se confunda a ilusão com a realidade. A fim de tranquilizar os entusiastas, cumpre-me informar que no Brasil, a doença se difundiu de forma quase epidémica, ou seja, infinitamente pior. Gostaria de, desde já desafiar a atenção do leitor para que nos transmita as suas impressões acerca desta matéria que, tanto quanto julgamos, é abordada pela primeira vez de forma sistemática na nossa imprensa especializada.

CG